A proposta que extingue a reeleição no Executivo e estabelece mandato único de cinco anos avançou no Senado, mas especialistas alertam: isso não significa que haverá mudança no grupo político que ocupa o poder.
Mesmo sem possibilidade de reeleição, quem está no cargo mantém forte vantagem ao usar a máquina pública — com liberação de verbas, inaugurações e anúncios — para impulsionar seu sucessor, seja do mesmo partido ou um aliado.
O fim da reeleição pode diminuir a busca pessoal por continuidade, mas mantém a lógica do projeto de grupo. A diferença é que, em vez de trabalhar para a própria reeleição, o foco será eleger um sucessor.
A medida é considerada um avanço, mas não uma solução completa. Para muitos analistas, o verdadeiro caminho para melhorar a política está na qualidade do Congresso, já que deputados e senadores moldam as regras e decidem o futuro do país.