O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (30) que o atual presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, é um gestor “muito sério” e que o cenário da taxa básica de juros deverá ser ajustado com o tempo.
A declaração ocorre em meio à recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que em 18 de junho elevou a taxa Selic para 15% ao ano — o maior patamar registrado nos últimos 20 anos. Segundo Lula, embora desejasse juros mais baixos, esse processo não depende exclusivamente da condução da política econômica do governo.
“Eu gostaria que todos os juros fossem zero, mas ainda não depende da nossa política econômica, que não tem muito a ver com a taxação de juros”, declarou o presidente.
Lula também reforçou o respeito à autonomia da autoridade monetária: “O Banco Central é independente, o [Gabriel] Galípolo é um presidente muito sério, e eu tenho certeza de que as coisas vão ser corrigidas com o passar do tempo. Nós sabemos o que herdamos e não queremos ficar chorando o que herdamos.”
A manutenção da Selic em alta tem gerado críticas por parte de setores do governo e da sociedade civil, que argumentam que os juros elevados comprometem o crescimento econômico e o investimento produtivo. Ainda assim, o presidente da República optou por demonstrar confiança na condução da política monetária sob a gestão de Galípolo.