O uso de estratégias para viralização nas redes sociais e a convocação recorrente de influenciadores digitais à CPI das Bets têm provocado desgaste na imagem da comissão e questionamentos sobre sua atuação fiscalizatória. A avaliação é de especialistas, que apontam perda da impessoalidade que deveria marcar os trabalhos parlamentares.
O comportamento dos senadores gerou incômodo até mesmo no presidente do Senado Federal, que, segundo interlocutores, não deve prorrogar o prazo de funcionamento da comissão.
Para especialistas em marketing e comunicação política, as ações fazem parte de uma nova dinâmica da política, cada vez mais orientada para a visibilidade digital e o engajamento nas redes sociais.
Nas últimas semanas, a CPI concentrou seus trabalhos na oitiva de influenciadores digitais, cujos depoimentos somaram milhões de visualizações. Paralelamente, senadores passaram a investir na produção de cortes rápidos dos depoimentos, com linguagem própria das redes sociais, para ampliar o alcance dos conteúdos.
A audiência pública com a influenciadora Virginia Fonseca, realizada no último dia 13, foi um marco desse movimento. A transmissão oficial do depoimento, que durou mais de três horas, ultrapassou 1,3 milhão de visualizações, ampliando a visibilidade da comissão, mas também os questionamentos sobre seus reais objetivos.