O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (17), em entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da CNN Internacional, que o Brasil não quer ser refém dos Estados Unidos e criticou a postura do presidente americano Donald Trump, a quem acusou de agir como se fosse “imperador do mundo”.
“Ninguém quer se separar dos EUA, ninguém quer ser livre dos EUA. O que queremos é não ser reféns dos EUA, queremos liberdade para negociar”, disse Lula, ressaltando a necessidade de autonomia do Brasil e de outros países nas relações comerciais internacionais.
O petista também afirmou que Trump, reeleito em 2024, precisa se lembrar que foi eleito para governar apenas os Estados Unidos. “Não podemos deixar o presidente Trump esquecer que ele foi eleito para governar os EUA. Ele não foi eleito para ser o imperador do mundo”, disse Lula.
As declarações do brasileiro foram feitas após a recente carta enviada por Trump ao Palácio do Planalto, em 9 de julho, informando a decisão de elevar em 50% as tarifas sobre produtos brasileiros, sob alegação de “relação comercial injusta”. Dados oficiais, no entanto, apontam que os EUA têm saldo positivo na balança comercial com o Brasil.
Após a entrevista, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, rebateu as declarações de Lula e negou que Trump aja como imperador. “O presidente certamente não está tentando ser o imperador do mundo. Ele é um presidente forte dos Estados Unidos da América e também é o líder do mundo livre. Vimos uma grande mudança em todo o globo por causa da liderança firme deste presidente”, afirmou.
Lula concluiu reiterando que Trump não demonstra interesse em negociar e acredita que pode impor tarifas unilaterais aos países, o que, segundo ele, o Brasil não aceitará sem contestação.