Sem alterações, o aumento tarifário anunciado por Donald Trump implicará a aplicação de um acréscimo de 50% sobre as compras externas brasileiras a partir desta semana. O titular da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (30) que as tratativas com os Estados Unidos continuam, mesmo após a entrada em vigor do tarifaço, marcada para esta sexta-feira (1º).
As declarações foram feitas na entrada da sede da pasta econômica, diante de profissionais da imprensa.
“O vice-presidente Alckmin, como tenho mencionado, vem mantendo uma interlocução com o seu homólogo norte-americano. E os entendimentos estão avançando. Na minha avaliação, vão seguir progredindo. Independentemente da deliberação marcada para o dia 1º, isso não representa um encerramento, um desfecho. É o ponto de partida de um diálogo”, afirmou Haddad.
Caso o cenário permaneça inalterado, o acréscimo tributário anunciado pelo dirigente norte-americano, Donald Trump, resultará na imposição de um encargo adicional de 50% sobre os produtos adquiridos do Brasil.
Haddad reiterou que houve progresso nas conversações ao longo da semana, com a intensificação dos contatos entre os dois gabinetes.
“Esta semana foi mais positiva. E, da parte do Brasil, essa tensão pode desaparecer, pois é algo artificial. Foi alimentada por agentes do próprio território nacional, ou seja, não há justificativa para fomentar esse embate. Cidadãos brasileiros atuando lá fora contribuíram para isso. Mas essa pressão vai se dissolver. E quando isso ocorrer, o bom senso vai orientar os encaminhamentos. E chegaremos a um entendimento”, disse o responsável pela área fiscal.
O ministro também mencionou que tem tentado contato com o dirigente do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que está envolvido em compromissos na Europa.
“A equipe dele solicitou um pouco de paciência por causa das agendas que está cumprindo no exterior, mas afirmou que, assim que retornar ao território norte-americano, haverá espaço para mais encontros”, concluiu Haddad.