O senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) causou um “prejuízo gigantesco” à oposição, deixando claro que o Centrão pretende assumir o comando da campanha presidencial de 2026.
A declaração, dada em entrevista à TV Bandeirantes no último sábado (11), reforça o descontentamento de líderes do grupo com a atuação do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo aliados, o objetivo de Nogueira foi “riscar o chão” e mostrar que o Centrão — e não a família Bolsonaro — conduzirá a estratégia política da direita nas próximas eleições.
Nos bastidores, dirigentes do PP, PL e Republicanos já vinham tentando convencer Jair Bolsonaro a conter o filho, sem sucesso. A crítica pública de Nogueira surge após a pesquisa Quaest, que apontou uma recuperação da popularidade de Lula (PT) e revelou que Eduardo Bolsonaro é um dos nomes mais rejeitados para 2026. O levantamento também indicou que 49% dos brasileiros consideram que Lula saiu fortalecido politicamente após ser elogiado por Donald Trump na ONU — algo que causou desconforto entre bolsonaristas.
A tensão entre Eduardo Bolsonaro e o Centrão vem se intensificando desde setembro. Na época, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou à Folha de S.Paulo que o deputado “vai ajudar a matar o pai” se insistir em disputar a Presidência em 2026. Eduardo respondeu chamando a fala de “canalhice”, e Valdemar retrucou, dizendo que “quem tem votos é Jair, não o filho”.
Com isso, o recado do Centrão fica claro: o ex-presidente pode ser o cabo eleitoral da direita, mas nenhum membro da família Bolsonaro deve ocupar a cabeça — nem a vice — da chapa presidencial de 2026.