O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou nesta terça-feira (15), em uma rede social, a postura do governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), diante do tarifaço imposto pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros.
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro acusou Tarcísio de adotar uma postura de “subserviência servil às elites”, ao defender a negociação com os EUA para mitigar os impactos econômicos da medida, que prevê uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto.
“Prezado governador @tarcisiogdf, se você estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio, estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades. Mas, como para você a subserviência servil às elites é sinônimo de defender os interesses nacionais, não espero que entenda”, escreveu Eduardo em sua publicação.
O deputado, que defende uma anistia ampla para os acusados de articular um golpe para manter Jair Bolsonaro no poder, vê nas tarifas americanas uma retaliação política aos processos judiciais contra o ex-presidente. Segundo ele, negociar com os EUA enfraquece o plano de pressionar por essa anistia.
Tarcísio busca diálogo com empresários e EUA
Após inicialmente culpar o governo federal pelo tarifaço, Tarcísio adotou um tom mais moderado nos últimos dias, defendendo a união entre governos estadual e federal para enfrentar os efeitos econômicos da decisão americana e elogiando a diplomacia conduzida pelo Palácio do Planalto.
Nesta manhã, o governador se reúne com empresários paulistas de diversos setores, no Palácio dos Bandeirantes, para traçar um diagnóstico da situação. Participam do encontro ao menos 15 líderes empresariais — entre eles Paulo Skaf, também do Republicanos — e o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar.
Essa é a segunda reunião de Tarcísio com Escobar sobre o tema; a primeira ocorreu na sexta-feira (11), em Brasília.
Governo federal também se mobiliza
Também nesta terça-feira, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, convocou duas reuniões em Brasília com representantes do setor privado para discutir a resposta brasileira às novas tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump.
O governo federal classificou a decisão dos EUA como uma retaliação política e estuda ações diplomáticas e jurídicas para reverter ou mitigar os impactos das tarifas sobre a economia brasileira.